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Critica Sem Spoiler - Far From the Tree

  • Foto do escritor: Manuel Pessanha Costa
    Manuel Pessanha Costa
  • 30 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Far From the Tree é uma curta animação escrita e realizada por Natalie Nourigat e produzida pela Disney. Estreada junto com o filme Encanto nos cinemas no dia 25 de novembro de 2021, a curta conta a história de um guaxinim que depois de ter aprendido a caçar com o seu pai quando pequeno, terá que ensinar o seu filho da mesma forma ou de maneira diferente.


Us Again (2021), que estreou também neste ano junto com o filme Raya and the Last Dragon (2021) e que a minha critica podem ler aqui, já nos tinha dado uma pequena pista dos frutos que estavam a sair da primeira remessa do projeto Walt Disney Animation Studios ShortCircuit Experimental Films de 2020 (o qual também poderão ler a critica aqui). Vimos um pequeno artista, Zach parrish, que tinha criado uma curta experimental para este projeto, Puddles, a ter uma grande oportunidade de fazer uma curta que passaria junto com um dos grandes filmes do estúdio nos cinemas (o que infelizmente não aconteceu cá em Portugal por causa da pandemia, saindo mais tarde ao mesmo tempo que o filme no serviço de streaming da Disney, o Disney plus). Já em Far From the Tree, tivemos o mesmo caso. Natalie Nourigat, que tinha realizado a curta experimental Exchange Student na mesma temporada que o anterior, ganha também a grande oportunidade de fazer uma curta para acompanhar um grande filme da Disney, sendo neste caso “Encanto”, tendo só a pequena diferença que esta conseguiu passar nos cinemas portugueses. E tal como Zach Parrish, Natalie Nourigat supera com facilidade a sua curta experimental, que para mim tinha sido a mais fraca curta da primeira remessa do projeto. No entanto, não consegue chegar ao mesmo patamar que Us Again.


A narrativa de Far From the Tree consegue sustentar bem todo o tema que se propõe a retratar e a refletir. Pega no tema da educação parental e de como esta pode e deve ser feita e transporta para o mundo animal de forma coerente e bem executada. Assim, a curta apresenta-nos dois momentos. No primeiro, mostra uma educação parental mais cuidadosa e severa que tenta proteger ao máximo a cria de todo o tipo de perigo. Já o segundo momento, vemos a introdução de um novo método que não se propõe a só a proteger a cria, mas também ensinar de uma forma mais prática. Se por um lado esta estrutura narrativa simples pode conseguir fazer uma comparação entre os dois métodos e as suas consequências ou os seus resultados, por outro lado, ela cria um ritmo demasiado oscilante entre os dois momentos, o que pode dar a sensação da curta ser arrastado, mesmo que esta tenha só 7 minutos. Este sentimento deve-se a único fator: a divisão dos dois momentos apresentados. Esta divisão acentua uma quebra ou limite do primeiro para o segundo momento, que dá uma falsa ideia de arrastamento. Esta quebra não seria acentuada se a própria proposta da própria curta impusesse essa mesma quebra. Mas como a curta dá uma ideia de algo continuo, ao invés de separar os dois momentos, devia-se, de uma forma mais homogénea, conseguir o unir os dois momentos para se conseguir se sentir essa continuidade, o que não acontece.


Já quanto à parte técnica, ao contrário da curta experimental que Natalie Nourigat fez em Walt Disney Animation Studios ShortCircuit Experimental Films, no qual a animação era estranha pois tentava incorporar um ar 2D misturado com 3D de uma forma pouco natural, nesta curta não senti que isso repetiu. Muito pelo contrário, embora se tente novamente simular uma animação 2D através de uma animação 3D, o que se consegue notar pela volumetria das personagens, estas conseguem se estabelecer ligação com fundo aguarelado de uma forma homogenia e precisa, sendo assim mais agradável ao nosso olhar. Os traços simples e os designs mais próximos de uma animação 2D só ajudam nessa mesma leitura. Por fim, a banda sonora de Nami Melumad consegue de uma forma exemplar se interligar quer com narrativa proposta e com o próprio estilo da animação, criando timbres e melodias deliciosas para os nossos ouvidos.


Em Resumo, Far From the Tree é uma curta animação competente e elegante, com temas interessantes, uma animação linda e uma banda sonora exemplar. Embora o seu ritmo seja lento e dê uma certa sensação de arrastamento, não deixa de ser um bom acompanhamento para o filme que o precede. Se não gostarem de “Encanto”, pelo menos apreciem bem esta curta feita com carinho e gosto.




Pontos Positivos:

- Temáticas de métodos de educação parental bem abordadas e utilizados.

- Estrutura narrativa interessante

- Boa animação que consegue estabelecer uma leitura homogenia que se assemelhe a uma animação 2D.

- Design de personagens que ajuda na leitura da animação 2D.

- Banda sonora exemplar




Pontos Negativos:

- Curta de ritmo oscilante entre os dois momentos e arrastada

- Quebra mal imposta na curta.




Nota: 17/20 – MUITO BOM

Comments


Fraco: 5 - 7,9;
Muito Fraco: 2 - 4,9;
Horrível: 0 - 1,9

Classificação (0 -20): 
Excelente: 18 - 20;

Muito Bom: 15 - 17,9;

Bom: 12 - 14,9;

Razoável: 8- 11,9;

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