Crítica Sem Spoiler - "Glitch Techs"
- Manuel Pessanha Costa
- 28 de fev. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de jan. de 2021

“Glitch Techs” ou “Os Caçadores de Bugs” é uma série animada da Netflix, feita junto com a Nickalodean que conta a História de Hector e Miko, dois jogadores de videojogos que descobrem uma pequena agência que combate os Bugs ou Glitchs de jogos no mund real. Na versão original temos as vozes de Ricardo Hurtado (Hector Nieves/ High_Five), Monica Ray (Mika Kubota/ Me KO), Luke Youngblood (Mitch Williams) nos papeis mais relevantes, entre muitos outros.
Nem sempre uma serie de animação para ser boa precisa de uma história linear ou de ter um mistério que se alonga aos longo dos seus episódios da sua primeira temporada. Por vezes, uma ideia interessante e divertida pode depois dar asas a um aprofundamento de personagens melhor nas temporadas seguintes. E “Glitch Techs” entra muito na segunda opção! Longe de ser perfeita, a série não tenta logo apresentar-nos algo misterioso que possa depois surpreende-nos. Prende-nos numa ideia muito criativa e explora ao máximo essa ideia, para que mais tarde esta possa dar fruto a uma boa história e enredo. Numa espécie de “Men of Black”, só que mais virado para Videojogos que para Aliens, a série segue a estrutura base de cada episódio ter o seu próprio problema e resolução. Em cada episódio, é apresentado um novo tipo de Glitch ou Bug, num diferente jogo, no qual eles terão que resolver. Esta estrutura não novidade para nós, mas por vezes é demasiado clichê e previsível, que afeta bastante a sua narrativa. Obviamente, nem sempre é assim, havendo episódios mais bem conseguidos que outros. A ação e o humor são bem doseados ao longo da série, embora o segundo tente muitas vezes sobrepor à primeira.
A nível de Personagens, a dupla personagem Miko e Hector são bem desenvolvidos e ligeiramente caricatos nas suas ações e pensamentos. São eles que trazem todo o humor e ação para série. A amizade, embora pareça um pouco forçada na minha opinião, consegue ser posto à prova em cada episódio de forma bem congruente. Já Mitch Williams, que parece mais uma espécie de antagonista que vilão, é talvez o personagem que cai mais no clichê de um personagem convencido e arrogante. Não deixa de ser um bom personagem mas não é nada interessante. Já os restantes personagens, parecem interessantes, tendo cada um assim as suas qualidades.
Mas o grande trunfo da série não está na sua narrativa nem nas suas personagens mas sim no uso dos Esater Eggs, ou melhor, referências. Além da clara inspiração de “Men in Black”, a série consegue em pegar em muitos títulos e personagens conhecidos do mundo dos videojogos e trazê-los para a série, sem que estes não percam as suas qualidades. De entre as referências que vi, estavam "Pokémon", "Castlevania", "Assassin’s Creed", "Dark Souls", "Mario", "Sonic", "Megaman", "Candy Crush", "Tetris" entre muitos outros. Para os fãs de Videojogos, terão muita coisa para procurar e se entreter.
A Nível técnico, a animação é bem fluída e muito cartoonesca, o que pode agradar a uns como desagradar a outros. As cenas de lutas e ação são bem desenhadas e bem planeadas, conseguindo dar grandes momentos emocionantes. A nível de banda sonora, a serie opta por pegar numa música eletrónica que consegue casar bem com o tema da série: videojogos!
Em Suma, “Glitch Techs” é uma série animada bastante frenética e divertida que tem muito potencial. Embora muitas das vezes caia em clichês pouco favoráveis, não deixa de conseguir encantar pelas suar referências de videojogos e trazer ideias criativas e bem entregues, numa estrutura simples e banal.
Pontos positivos:
-Ideias criativas bem entregues
- Dupla principal cativante
- Boa referência do universo dos Videojogos
- Banda sonora Frenética
- Boa animação cartoonesca
Pontos negativos:
- Cai muitas vezes em Clichês desnecessários
- Estrutura um pouco repetitiva
- Antagonista pouco interessante
Nota: 14,5/ 20 - BOM
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