Critica Sem Spoiler- Kid Cosmic (3ª Temporada)

A terceira e, muito provavelmente, última temporada de Kid Cosmic, serie de animação criada por Craig Mccracken, Lauren Fest e Francisco Angones, chegou à Netflix no dia 3 de fevereiro de 2022. Depois de terem derrotado Fantos e Erodius, os protagonistas voltam para a Terra, onde são recebidos como Herois e tratados como igual, tendo o trabalho de proteger esta de todo o tipo de inimigos. Mas o que parece um sonho realizado, pode bem se tornar num pesadelo, quando são confrontados com a realidade e com novas reviravoltas que vão surgir ao longo da sua jornada.

Kid Cosmic estreou a 2 fevereiro de 2021 e foi uma série que consegui acompanhar e analisar desde a sua estreia até esta possível última temporada. A primeira temporada foi um bom começo para esta série, ao apresentar bem os seus personagens carismáticos e divertidos que iriamos seguir ao longo das três temporadas, ao conseguir equilibrar o seu humor simples, mas eficaz com toda ação e loucura que propunha além de claro, conseguir mostrar e dar algumas referências às bases que se inspirava como eram o caso das bandas desenhadas de heróis (se quiser ler a minha critica à primeira temporada desta série, clique aqui). Já a segunda Temporada, passou para um lado mais cómico e galáctico, ao colocar o próprio café no espaço e assim a convidar uma narrativa mais frenética e mais épica, coisa que esta temporada bem tentou fazer, mas só se conseguiu perder um pouco no seu rumo, principalmente no final, ficando bastante a abaixo da primeira temporada (se quiser ler a minha critica à segunda temporada desta série, clique aqui). Por fim, esta terceira temporada, voltou um pouco para os padrões que tornaram a primeira temporada interessante, mas ao contrário do que parece, não abandonou de todo o espírito cósmico da segunda, conseguindo assim superar, para mim, a primeira temporada.

A Narrativa da terceira temporada de Kid Cosmic, ao contrário da segunda temporada, tem um rumo mais preciso e direto. Isso vem do facto de esta temporada ter seis episódios, contrastando-se assim com os oito episódios da segunda temporada. Ao ter menos episódios, a narrativa desta temporada tende a ser mais objetiva e direta naquilo onde quer ir e naquilo que quer entregar, sem se perder nesse mesmo rumo, algo que aconteceu na temporada anterior. Só para dar uma noção, todo o arco principal da série é resolvido até ao 5º episódio. Isto até poderia ser um demérito da série, visto que encurtaram a narrativa tanto que esta se concluiu em 5 episódios, deixando um episódio de fora. No entanto, na minha perspetiva, isso é outro ponto forte desta temporada. Esse episódio que ficou de fora não enche chouriços a torto e a direito, mas sim serve não só para rematar uma questão interessante que fora deixada de fora como também ao mesmo tempo servir para dar um rumo seguro para os seus personagens, finalizando assim a série de uma forma mais fechada e sem grandes buracos na sua narrativa. Outro ponto que devo citar fica por conta da grande reviravolta que a série oferece nesta temporada. Embora esta não seja surpreendente, não deixa de ter efeito positivo na narrativa, ao quebrar a nossas espectativas. Todavia, esta temporada não totalmente perfeita. Elementos importantes para narrativa e que servem para resolver o problema principal só surgirem nesta última temporada, o que passa uma sensação de falta de planeamento e até homogeneidade com as temporadas anteriores, e alguns momentos mais monótonos que quebram o ritmo da série foram alguns dos problemas que incomodaram nesta temporada. Mas de resto, a série mantém o equilíbrio entre humor e ação que tinha nas temporadas anteriores e continua a fazer as suas referências às bandas desenhadas de super-heróis.

Quanto aos personagens, a série não desaponta e consegue desenvolver melhor maior parte deles, dando principalmente destaque para o Papa G e claro para o Kid. O personagem mais velho do grupo, Papa G, é muito mais bem explorado e para ser franco, é alma de toda esta temporada. A relação dele como próprio Kid é mais realçado e aproveitado, dando verdadeiros momentos emotivos em várias partes. Já Kid é desenvolvido e constrói-se numa postura mais heroica que antes, na primeira temporada não o víamos tanto. Já os restantes personagens do grupo de heróis, que agora está bastante extensa, conseguem ser bem desenvolvidos, um melhor que outros. Dentro deles destes, Jo que consegue manter o espírito de liderança e até de bom senso dentro do grupo, e Rosa, que consegue até impressionar por servir como um último raio de esperança para o grupo e servir também de gancho para a narrativa. Já do lado dos antagonistas, Erodius, o terrível destruidor de planetas, consegue estranhamente ter um passado mais bem explorado e interessante. Já Fantos, é o mesmo personagem que vimos na segunda temporada, e consegue cumprir o seu papel de antagonista, embora não tenha muita presença nesta última temporada.

Já a nível técnico não há nada a destacar, quer positivamente ou negativamente, tudo o que antes funcionava como é o caso do design de personagem, estilo de traço e até fluidez da animação mantém-se intacto nesta última temporada, não. A nível musical, a escolha de músicas frenéticas mantém o espírito da série, embora desta vez também adicionem músicas mais calmas para os momentos mais emotivas, que por muita novidade que possa parecer, não tanta diferença na série.

Em Suma, a terceira temporada Kid Cosmic apresenta-nos uma narrativa mais objetiva e coesa, sem se perder muito no seu caminho. Mantendo a qualidade da animação das últimas temporadas, a série consegue voltar e até ultrapassar o status que alcançara na primeira temporada, conseguindo a ser uma temporada bastante sólida, que encerra esta série com segurança. Para quem acompanhava e gostava da série, com certeza não sairá desiludido com esta provável última temporada.

---

Pontos Positivos:

- Narrativa mais objetiva e com rumo nítido, sem se perder no seu caminho

- Bom uso do último episódio para rematar uma questão interessante deixada de fora e para dar rumo às personagens.

- Ótimo desenvolvimento dos personagens Papa G e Kid, e da relação destes dois.

- Bom passado para o “personagem” Erodius

- Qualidades da animação das temporadas anteriores mantém-se intactas.

Pontos Negativos:

- Elementos importantes para narrativa só surgem nesta temporada, passando uma ideia de falta de ligação entre as temporadas.

- Momentos monótonos que quebram o ritmo da série.

Nota: 18/ 20 - EXCELENTE

---

Caso tenha gostado desta crítica, agradecia que desse o seu gosto no próprio post do site, ao invés ou além de dar o gosto na publicação de Facebook ou no tweet que está a compartilhar a critica.

Caso queira dar a sua opinião quanto ao filme/ série ou curta em questão ou quanto à critica feita, agradecia que também comentassem aqui no post do site ao invés ou além na publicação do Facebook ou no tweet que está a compartilhar a critica.

Caso queira ver mais críticas ou listas de melhores filme/ séries/ Curtas do ano, subscreva/ inscreva-se no site para receber sempre notificação quando sair novas criticas ou listas de melhores filmes/ séries/ curtas do ano.