Crítica Sem Spoiler - Richard Jewell

( Esta critica já tinha sido feito a 05/ 01/ 2020 e só hoje é que está a ser publicada aqui no site)

Clint Eastwood volta para trás das câmaras, como realizador do filme O caso de Richard Jewell (ou como titulo original, Richard Jewell) que conta a história de Richard Jewell (Paul Walter Hauser) que é acusado injustamente pelo ataque terrorista que aconteceu durante os Jogos Olimpicos de 1996. Baseado num artigo de Marie Brenner “American Nightmare: The Ballad of Richard Jewell” e com Billy ray no Argumento (que também fez o argumento de “Hunger Games” e “Captain Pilips”), o filme conta no seu restante elenco com Sam Rockwell (Watson Bryant), Olivia Wilde (Kathy Scruggs), Jon Hamm (Tom Shaw) e Kathy Bates (Bobi Jewell).

Todos os filmes têm sempre um objetivo claro, que depois se vê se este cumpre ou não o objetivo que propôs. “O caso de Richard Jewell” não é diferente! o objetivo do filme é contar a história do trágico acontecimento no ponto de vista de Richard Jewell. Ao adotar este objetivo, o filme perde o foco no atentado e na investigação deste mesmo, dando mais atenção à empatia com o personagem inocente e nos problemas que este terá com a investigação do atentado. Desta forma, o filme leva-nos num ritmo lento e moderado, com cuidado, dando mais tarde ao acontecimento que faz desencadear todo o propósito do filme. É bastante interessante como este filme consegue-nos fazer preocupar por este personagens, mesmo que este não seja carismático ou interessante, só inocente e simpático. E como fazem isso? Simples! Mostram a vida mundana deste personagem e fazem-no confrontar com o acontecimento e as consequências desta, e o resto, deixa para os espetadores tomarem os seus partidos. Este método é eficaz, mas dependerá maioritariamente do público. O filme não tem medo de arriscar em mostrar a agressividade da imprensa e como este ajudam na repercussão positiva e negativa de certos acontecimentos. Também, mostra o lado negro das forças de intervenção e como estas podem por vezes estragar vidas inocentes. Mas muito desta ambição é muitas vezes exagerada, mas sem deixar de ser verosímil.

Parece que o filme tem muito a ganhar, mas nem tudo é um mar de rosas. Há cenas que achei estranhas e clichês, com um tom diferente do filme. Mas no final, num balanço, a história é coesa, bem contada e bem emocional. Será difícil não apegar à personagem!

A Nivel de interpretações devo destacar Paul Walter Hauser , que se entrega muito bem à personagem principal e que mostra ser um bom ator, embora não tenha um papel tão difícil. Também destaco Sam Rockwell como o advogado de Richard Jewell, mostrando-se bastante carismático no seu papel, sendo personagem mais divertido do filme. Por fim, dou o ultimo destaque a Kathy Bates que mostra ser uma boa mãe de Richard Jewells, no qual se tem maior parte do apego emocional do filme. Já os restantes atores, entregam representações boas e consistentes.

Já a nível técnico, a parte sonora é aquele que se mais realça no filme. O silêncio sepulcral em todos as cenas e uso de por vezes do piano para momentos de tensão, conseguem não só deixar-nos agarrados á história, como nos dá todas as sensações que o filme quer passar. Já a montagem, é congruente da história, sendo que há uma cena que ficará na minha cabeça para sempre e que ficará na minha cabeça. Parabéns Clint Eastwood! Conseguiste pôr um simples contar de segundos de um ponto a outro, num momento inesquecível para mim.

Em Resumo, O Caso de Richard Jewell é um filme que entrega uma história emocional e um momento verídico, sem medo de criticar o que quer criticar. Embora tenha as suas falhas nalgumas cenas, consegue um filme que facilmente recomendo para todos.

Pontos Positivos:

-Personagem Principal Apelativo

-História emocional bem contada e sem medos

-Montagem bem feita

-Cena de um simples contar de segundos de um ponto ao outro

-Silêncio e piano como pano de fundo

-Boas interpretações

Pontos Negativos:

-Cenas desconexas do tom do filme

-Pode não emocionar todo o público

Nota: 16,5/20 - MUITO BOM