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Critica Sem Spoiler - The Cuphead Show

  • Foto do escritor: Manuel Pessanha Costa
    Manuel Pessanha Costa
  • 2 de mar. de 2022
  • 5 min de leitura

The Cuphead Show ou A Série do Cuphead é uma série de animação produzida pela Netflix e baseado no famoso videojogo independente (Indie) Cuphead (2017), criado pelos irmãos Chade Moldenhauer e Jared Moldenhauer, e pela StudioMDHR Entertainment. A série conta as aventuras de Cuphead e Mugman na ilha inkwell, enquanto o temível Devil tenta roubar a alma ao nosso protagonista.


Cuphead foi um videojogo indie do estilo run and gun que conseguiu marcar muita gente por ter uma jogabilidade difícil e desafiante, misturada com uma arte semelhante aos desenhos animados dos anos 30 ou 40, como o caso dos antigos desenhos animados de Mickey Mouse, entre muitas outras das suas qualidades técnicas. Esse grande marco foi refletido em nos prémios ganhou nos Oscars dos Videojogos, The Game Awards, nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Jogo Independente e Melhor Jogo de Estreia. Com este sucesso, não era muito difícil que não fossem tentar trazer estes personagens para outras media, como é caso do mundo das séries. Afinal, o próprio jogo se baseia séries de animação antigas, logo fazer uma série de animação baseada no jogo seria quase como voltar as origens, mas claro, trazendo agora para um novo público e para uma nova forma de contar histórias. E para alguém que teve contacto com o jogo original, para mim, The Cuphead Show pode não conseguir chegar ao patamar jogo, mas não fica muito atrás.


The Cuphead Show segue por uma estrutura no qual cada episódio é isolado, seguindo um a mesma linha que as séries antigas que tanto se baseia, embora haja uma certa cronologia pelo meio. Deste modo, a série constrói a sua narrativa sobre problemas pontuais que acontecem aos protagonistas isoladamente em cada episódio, tirando uns que se interligam entre si, principalmente os episódios que envolvem o antagonista Devil diretamente ou indiretamente. Quando o episódio vai ao encontro dessa trama principal no qual envolve o antagonista principal, a narrativa consegue ser firme e objetiva, permitindo um desenrolar mais criativo e intrigante. A perseguições do tipo gato e rato são bem exploradas agora numa perspetiva mais de um ser imortal sobre as criaturas mortais. Já quanto os episódios mais isolados, estes oscilam bastante entre ideias bem pensadas e bem implementadas ou ideias pouco expressivas e sem rumo, o que provocam um sabor agridoce no geral. Ou seja, há episódios bem idealizados e bem concretizados como são o caso dos episódios “Ghost Ain’t Real” ou “Dungerous Mugman”, mas também há episódios no qual parecem não saber onde querem ir com aquela narrativa ou até mesmo aproveitar as questões e oportunidades que saem das ideias ou situações criativas como são o caso de “Baby Bottle” ou “Handle with Care”. Quanto ao humor da série, este mostrasse ser muitas vezes efetivo, mas também é levado ao extremo em muitas situações, quebrando muitas vezes o ritmo do próprio episódio.


Um dos grandes desafios que a série teve nas suas mãos foi de dar personalidades aos personagens do jogo. A personalidade das personagens é importante para a narrativa pois enquanto no jogo, esta não tem tanta presença, já numa série, são elas que vão mover a trama e de certa forma criar um vínculo com o espetador. Neste sentido, a série até que consegue dar personalidade aos seus personagens, mas não pode dizer que fiquei totalmente satisfeito com estas, principalmente nos protagonistas. Cuphead e Mugman são os tipos de personagens que se complementam um ao outro. Enquanto Cuphead é um pouco mais burro, aventureiro e audacioso, o seu irmão é mais inteligente, mais assustado e racional. Essa dualidade dos dois funciona bem ao longo da série, mas sinto que falta algo mais em cada um deles. Para efeitos de comparação, a personagem Chalice, que tem pouca participação na série, consegue mostrar uma personalidade mais diversificada. A série ao início, mostra-nos inicialmente uma personalidade que depois mostra-se muito diferente daquilo que imaginamos, construindo assim a sua personalidade cativante e intrigante, algo que não aconteceu com os dois protagonistas. A personalidade deles não consegue sair da bolha nos quais foram inseridos e desenvolver-se. Já em contramão, o nosso antagonista consegue chamar bastante atenção pela sua personalidade carismática. É um personagem que delicioso de se ver, mesmo que este não consiga obter aquilo que quer. A forma como o personagem foi idealizado e alterado, torna ele num dos melhores personagens da série. Quanto aos restantes personagens da série, estes conseguem cumprir a sua função na trama e principalmente, de servir como referências para o jogo. Só fiquei com pena que o personagem King Dice, tal como a Chalice, não teve tanto tempo de antena quanto merecia.


Já na parte técnica, é a zona onde série brilha mais. Começando pela animação, esta é fluida e bem trabalhada, conseguindo usar recursos de desenhos animados antigos de uma forma eficiente, como é o caso dos cenários estáticos e bem trabalhados, da imagem com um aspeto velho ou até mesmo das velhas aberturas do título e créditos de encerramento de cada episódio, como acontecia nas antigas curtas do Mickey Mouse. Já o traço dos personagens, que mistura elementos antigos e modernos, embora por vezes mostre-se um pouco estranho e desconexo, causando uma certa estranheza, não deixa de ser interessante e bem executado. Quanto à banda sonora, esta consegue, tal como todo o resto das qualidades técnicas, homenagear com perfeição as divertidas e frenéticas músicas dos desenhos animados antigos. Por fim, mas não menos importante, o genérico da série consegue aproveitar bem todo o potencial da animação e apresentar toda a proposta da série nos seus poucos minutos de duração, com uma música vibrante e engraçada que muito provavelmente ficará na vossa memória. Pelo menos na minha ficou!


Para concluir, The Cuphead Show consegue ser uma muito boa série baseada num jogo com um certo prestígio. Embora não chegue perto do nível do original, não deixa de série uma animação bem-humorada e criativa. Nem sempre o seu humor e a sua narrativa ajuda nalguns episódios, mas todas as homenagens que a série apresenta aos desenhos animados dos anos 30, deixa no final um sabor muito bom na boca. Se já jogaram e gostaram do jogo, dificilmente ficarão desapontados com a série. Senão, será uma ótima oportunidade para entre novo, e ao mesmo tempo, nostálgico universo.

Pontos Positivos:

- Estrutura da série interessante.

- Episódios com trama ligada ao antagonista sendo os mais criativos e divertidos.

- Há episódios isolados bem idealizados e engraçados.

- Devil e Chalice com personalidades cativantes, embora esta última não apareça tanto.

- Animação fluida e com traço antigo e ao mesmo tempo moderno

- Boas homenagens aos desenhos animados dos anos 30 nos mínimos detalhes.

- Ótima banda sonora bem inspirada no antigo

- Genérico de abertura viciante e bem executado


Pontos Negativos:

- Nem todos os episódios isolados têm uma narrativa interessante, criativa ou consegue extrair bom sumo das ideias impostas.

- O humor é por vezes exagerado

- Embora eficientes, as personalidades de Cuphead e Mugman não conseguem sair da sua bolha imposta.

- King Dice não tem tanto tempo de antena quanto esperado


Nota: 16/20 – MUITO BOM

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Muito Fraco: 2 - 4,9;
Horrível: 0 - 1,9

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Excelente: 18 - 20;

Muito Bom: 15 - 17,9;

Bom: 12 - 14,9;

Razoável: 8- 11,9;

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